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Dicas para Compradores | 29 agosto 2024

Arquitetura sustentável

Arquitetura **sustentável**

Respeitar o futuro. Habituámo-nos a olhar para a arquitetura a partir do seu resultado, os edifícios, as casas, os palácios, as grandes obras. Ouvimos falar de respeitados arquitetos, entre os quais alguns portugueses, e dos prémios internacionais.

1. Definição

Habituámo-nos a olhar para a arquitetura a partir do seu resultado, os edifícios, as casas, os palácios, as grandes obras.

Ouvimos falar de respeitados arquitetos, entre os quais alguns portugueses, e dos prémios internacionais. Classificamos a arquitetura como arte, pela sua estética e pela sua interpretação do estilo de vida de cada época.

Também hoje a arquitetura se adapta às correntes que marcam não só o nosso estilo de vida, mas também os grandes problemas que derivam da nossa forma de viver.

A arquitetura sustentável é a resposta aos desafios ecológicos do nosso tempo.

Podemos definir a arquitetura sustentável como o processo de criação, de design e de construção ou de recuperação de edifícios que minimiza os custos ambientais e que promove uma melhor qualidade de vida, potenciando os recursos que a natureza nos oferece.

Não basta dizer que se faz uma arquitetura sustentável. Tal como para os produtos biológicos existem diferentes sistemas de certificação que nos garantem os procedimentos e materiais utilizados ao longo de toda a construção.

O BREEAM, com origem no Reino Unido e que é utilizado pela Criterion, foi o primeiro a ser desenvolvido com esta finalidade e é um dos mais populares. O sistema BREEAM abrange quer o procura de zero carbono no edificado quer a criação de ambientes saudáveis para as pessoas, cuidando do conforto térmico e sonoro, de uma ventilação adequada e da qualidade do ar, promovendo assim o bem-estar dos habitantes dos nossos empreendimentos.

As dimensões de avaliação são: energia, saúde e bem-estar, uso do solo, materiais, gestão, poluição, transporte, desperdício e inovação.

O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um programa de certificação desenvolvido pelo US Green Building Council e é um dos mais usados no mundo. Avalia os edifícios em 8 itens, destacando-se pelo seu foco na sustentabilidade ambiental e social.

Existem muitos outros com origem em países como o Japão, a Austrália, a Franca ou a Alemanha, para além de vários com origem nos estados Unidos da América.

Arquitetura sustentável Imagem 2
Arquitetura sustentável Imagem 3

VALORIZAÇÃO COMERCIAL

Não podemos deixar de assinalar a importância da arquitectura sustentável na valorização dos edifícios.

Uma valorização comercial cada vez mais requerida pelos investidores e pelos clientes finais, uma vez que obedece a uma das preocupações maiores da actualidade – a poupança de recursos e a diminuição da pegada de carbono, para além da durabilidade da sua manutenção.

No final podemos sempre perguntar pelo custo. Quão onerosa se torna a sustentabilidade? esta pergunta é pertinente e tem duas respostas:

  • O custo inicial, de acordo com as estimativas internacionais, tem, em média, um incremento de 5%;
  • A curto, médio e longo prazo a poupança gerada compensa largamente, quer ao nível da gestão das áreas comuns dos edifícios quer ao nível das habitações ou casa individuais, pela utilização eficiente da energia, do isolamento, do conforto térmico, do aproveitamento das águas e de uma melhor integração com o meio circundante.

2. O conceito de Sustentabilidade

O nosso futuro comum

O conceito de sustentabilidade aparece pela 1ª vez em 1987 no relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecido como o relatório Brundtland, uma iniciativa da ONU que apontou o desequilíbrio entre os padrões de consumo vigentes à época e o desenvolvimento sutentável, ou seja, “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

O maior problema que hoje enfrentamos é precisamente a compatibilidade do bem estar das sociedades e do consumo com os recursos existentes para suprir todas as necessidades do seu desenvolvimento.

A que podemos somar ainda as questões da poluição e da diminuição da biodiversidade que põem igualmente em causa o nosso futuro comum.

Assegurar que os recursos naturais estarão também disponíveis para as gerações futuras é por isso o propósito maior da sustentabilidade, exigindo um esforço a todos os actores sociais – das organizações aos indivíduos.

Sendo a indústria da construção uma das que mais recursos gasta e sabendo-se que os edifícios gastam 40% da energia produzida no mundo, emitem 40% das emissões de carbono e utilizam 20% da água potável existente para além dos resíduos, é natural que a sustentabilidade tenha passado a ser uma preocupação e, até, um dever para os construtores responsáveis.

Em Portugal, os números também são avassaladores. Os edifícios representam 28% da energia consumida e 59% da electricidade gasta.

O nascimento do conceito de arquitectura sustentável deriva exactamente da consciencialização da sua importância para assegurar a poupança dos recursos naturais, sem pôr em causa, ou antes, promovendo o conforto, o bem estar e a saúde das populações e a biodiversidade.

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3. Alguns caminhos da sustentabilidade na arquitetura

A arquitetura sustentável implica um planeamento altamente exigente que abrange não só o edifício, mas também o estaleiro, para que a poupança de recursos comece logo aí.

A preocupação com o transporte e a pegada de carbono leva a preferir matérias-primas e materiais da região. Os desperdícios são outro dos problemas que o planeamento pretende diminuir. É também por isto que cada vez mais se utilizam sistemas pré-fabricados e modulares que diminuem drasticamente o desperdício.

Rentabilizar o que a natureza nos oferece

Nos edifícios, a questão da poupança energética foi desde logo a primeira grande aposta, seja pela utilização de energias alternativas como o solar, seja pelo cuidado com o isolamento.

O aproveitamento e a disposição do espaço face ao sol, questão que varia de acordo com a região onde se inserem os edifícios, tem como objetivo primeiro poupar no aquecimento ou no arrefecimento das casas, aumentando o seu conforto térmico, mas gastando menos energia.

O controle térmico é por isso um desafio que deve ser pensado caso a caso. Nos países ensolarados como Portugal, o sombreamento torna-se assim uma questão importante.

Uma outra dimensão da arquitetura sustentável é o aproveitamento das águas para reutilização, sejam as águas da chuva sejam as águas utilizadas na vida do dia a dia, nomeadamente as águas cinzentas (as que foram utilizadas na cozinha ou nas casas de banho). Vão servir para a rega, para a limpeza e para as descargas das casas de banho.

A questão dos materiais utilizados na própria construção quer para melhorar o controle térmico, quer as tintas utilizadas no interior são outra das dimensões a ter em conta. Tintas não poluentes, madeiras livres de formaldeído, isolamentos em cortiça são alguns exemplos de materiais amigos do ambiente e extremamente importantes para a saúde e o bem-estar dos habitantes e utilizadores dos edifícios, sejam eles para habitação ou para utilizações empresariais.

Faz igualmente parte da arquitetura sustentável a relação com o ambiente envolvente e a promoção da biodiversidade.

São inúmeras as formas escolhidas.

Criação de espaços verdes e com árvores, circundantes aos edifícios que contribuem para o equilíbrio térmico e para a biodiversidade, potenciando a instalação de polinizadores e outros pequenos animais essenciais ao meio ambiente, para além de serem captadores de CO2.

A utilização de plantas nos telhados como elemento potenciador do isolamento é uma estratégia que vemos ser cada vez mais usada, assim como a instalação de plantas em paredes exteriores que contribuem não só para o conforto térmico como se tornam num fator estético diferenciador.

E se a arquitetura sustentável aborda de forma holística a ecologia, a eficiência energética, a funcionalidade, tem igualmente como princípio a promoção da saúde, do conforto e o bem-estar da população pelo que a relação com o meio envolvente é igualmente importante, quer falemos de cidades ou de moradias isoladas no campo.

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4. Diferentes nomes para um único propósito

Uma breve pesquisa na Internet mostra-nos diferentes abordagens, diferentes nomes para um mesmo fim: arquitetura sustentável, arquitetura durável, arquitetura ecológica, ecoprodutos, construção sustentável.

Um conceito que tem um único propósito: poupar recursos do planeta e da natureza para que eles cheguem para as gerações seguintes melhorando, ao mesmo tempo, o nosso modo de vida e a biodiversidade.